Commodity agrícola
TRIGO
Acredita-se que o trigo, como é conhecido, seja originário de gramíneas silvestre, que se desenvolveram nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates (Ásia), por volta dos anos 10,000 a 15.000 AC.
No Brasil, o grão chegou em 1534 por Martin Afonso de Souza, e foi cultivado inicialmente na Capitania de São Vicente (São Paulo), e em seguida foi levado para o Nordeste e plantado em Pernambuco, Paraíba, Ceará, Pará e depois para Minas Gerais e Goiás. Apenas em 1737 o trigo é introduzido no Rio Grande do Sul.
No inicio do século XIX, após o Brasil ter alcançado sua produção máxima o cultivo do trigo praticamente desapareceu, devido ao aparecimento da ferrugem e a falta de mão de obra, causado pela abolição da escravatura. Após a primeira guerra mundial reaparece o cultivo no Brasil, com o desenvolvimento de sementes mais resistentes a ferrugem.
Atualmente, a produção brasileira se concentra nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, os quais são responsáveis por aproximadamente 90% da produção nacional. O consumo em terras brasileiras é de aproximadamente 10 milhões de toneladas, sendo os nossos principais fornecedores: Argentina, Canadá e EUA.
O volume de trigo produzido no Brasil na safra 2004/05 foi de 5.845,9mil toneladas e representou uma redução de 2,9% em relação à última estimativa realizada em fevereiro/05, que foi de 6,021,6 mil toneladas.
De acordo com a CONAB, para a safra nacional de 2005/06, as primeiras indicações do setor apontam um volume de produção ao redor de 5.739,6 mil toneladas, representando uma redução de 1,8% em relação à safra passada.
Botanicamente se classifica o trigo de acordo com sua espécie e variedade, sendo que o critério de qualidade utilizado para classificação dos diferentes tipos de trigo será sempre de acordo com o seu destino final. Ou seja, um trigo de determinada espécie e com variedades poderá ser utilizado para pães, massas ou biscoitos.
Embora as especificações de cada grão de trigo já determinem previamente o potencial qualitativo dessa matéria prima, as condições do solo que a semente será cultivada e principalmente o clima durante o plantio, cultivo e colheita podem alterar significativamente a qualidade do trigo colhido.
O trigo cereal pertence a família das gramíneas. Dentro do gênero Triticum há 14 espécies. Entretanto, apenas cinco são cultivadas comercialmente. As espécies mais importantes são Triticum aestivum, Triticum compactum e Triticum durum.
O trigo do gênero triticum aestivum – hexaplóide, cultivado no inverno e na primavera representa cerca de 90% da produção mundial cultivada. Representa todo o trigo cultivado no Brasil. Produz farinhas destinadas à panificação, tortas, biscoitos e produtos similares.
O trigo do gênero Triticum compactum – “Wheat Club”, representa a menor porção do trigo cultivado nos Estados Unidos e muito pouco dessa espécie é cultivada no Canadá. Como T. aestivum o T. compactum também é uma cultura de inverno e primavera. As variedades de T. compactum são de trigo mole e de baixo teor de proteína indicado para a produção de biscoitos e bolos.
O trigo do gênero Triticum durum – tetraploide, originário da Etiópia, produzido principalmente no norte e sudeste dos Estados Unidos e também no Canadá, é normalmente cultivado na primavera, e representa cerca de 4% da produção mundial.
A seguir, segue uma pequena descrição de espécies já cultivadas ou hoje cultivadas em quantidades insignificantes:
Triticum spontaneum – primitivo trigo Einkom.
Triticum dicoccoides – antigo trigo Emmer.
Triticum abyssinicum – cultivo na abissínia.
Triticum turgidum – sua farinha não tem qualidade panificável.
Triticum polinicum – pouca importância comercial.
Triticum persicum – próprio da região do Cáucaso.
Triticum spelt – de origem europeia.
Triticum spharacoccum – é o antigo trigo “não indiano”.
Triticum macha – semelhante ao aestivum.
Triticum monococcum – diploide.
Triticum timopheevi – tetraploide.
A qualidade do grão depende de muitos fatores, sendo os mais importantes: o tipo de solo, o tipo de adubo, a temperatura e a umidade relativa, bem como os tipos de cultivos anteriores.
Se compararmos o crescimento e consumo nesta ultima década notamos que o crescimento não passou de 15% e consumo de 18%, safra 2014/2015.